Mentiram pra mim. Ou pra nós, não sei bem ao certo. Mas, quando eu reclamava da vida no ensino médio, dos trabalhos gigantes, das tarefas que atrapalhavam minha jogatina nervosa e dos professores aparentemente desprovidos de emoções, todos vinham com o mesmo papo de faculdade de filme americano: “Na faculdade vai ser tudo diferente, você vai estudar o que você quer e vai ser só festa uhull êêêê uiaaa ebaa…”. Estou iniciando minha terceira tentativa de terminar um curso superior e gostaria de mandar um grande tomanocu pras essas pessoas que me deram esperanças de uma vida boa.
Não estou dizendo que a universidade é igual o colégio, calma lá pequeno Padawan, só que ela também possui os mesmos problemas em um nível diferente. A vida universitária é uma sociedade bizarra e segue um desenho – estereotipado e provavelmente preconceituoso – desenvolvido durante anos e produto de sérias pesquisas:
A estrutura resumida do futuro da nação esta aí e ela consegue transformar qualquer assunto sem importância em uma guerra fria que só tem trégua na fila do RU.
Por falar em comida no campus, o único pensamento positivo que me vem à mente é que certas coisas são boas para nosso corpo criar anticorpos, entende? Sabe o que dizem: o que não mata, tá de boas. E prazo de validade é pra alunos frescos de universidades particulares.
Tem outro assunto que… Ah… Não sei se quero ser a pessoa a te contar isso. Já aviso que não me responsabilizo por danos físicos ou psicológicos que possam surgir pela informação que vou passar a seguir. Existe um lugar sem leis, dominado por batalhas dos piores argumentos entre homens complexados: este lugar é o Grupo da Universidade no Facebook. Manolo, o negócio é doentio em um escala nunca antes vista e, se você parar pra pensar que aquele pessoal é a próxima geração de trabalhadores do país, você começa a considerar a leve possibilidade de um suicídio por barbitúricos. Todos lá são doutores nos assuntos discutidos, não importando que o doutorado tenha sido tirado do Wikipédia em cinco minutos (ou da leitura atenta daquela Revista super idônea, a Veja) e o que prevalece é a boa e velha ultraviolência.
É assim que funciona: um cara da área das humanas peida e logo em seguida surge um batalhão das exatas com a bandeira do Brasil falando que a sociedade brasileira está falida e que tá faltando pancada ditatorial formadora de caráter. E assim a vida segue, com todo mundo achando que é dono da razão e querendo a putaria americana, e ninguém querendo comer no RU nos dias que tem peixe (é tenso mesmo). A Universidade é um lugar sombrio, então é melhor estudarmos para cairmos fora dali logo. Melhores anos da vida do cara? DESULIVRE!